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Dietas

Duas dietas idênticas. Perdas de peso diferentes. Por que isto acontece?

Entenda como diferentes metabolismos agem em processos de emagrecimento e por que há vários fatores que variam de pessoa para pessoa na hora de perder peso.

 21 de novembro de 2016
9 min de leitura



Você certamente já viveu ou ouvir falar desta situação: Um casal ou duas amigas revolvem perder peso juntos. Optam por uma dieta igual, vão juntos à academia, fazem as mesmas aulas e mesmos exercícios e, ao final do período, um perdeu bem mais peso do que outro! Alegria para um lado e decepção e frustração de outro. Mas afinal, por que isto acontece?

A explicação é simples. Cada pessoa tem um diferente metabolismo e é ele quem determina a rapidez ou não na perda de peso! O metabolismo é o resultado de todas as reações químicas e energéticas no nosso corpo. E é regulado por uma série de fatores, como a quantidade de músculo, a quantidade de gordura e também alguns hormônios.

Pois bem, quando falamos em perder peso, um dos maiores determinantes sobre o quanto você vai perder é o seu metabolismo, principalmente, a quantidade de músculos que você tem. Quanto mais massa magra, maior a queima de calorias, seja na atividade física, seja no repouso – sim, também perdemos peso quando estamos parados ou dormindo. Logo, se considerarmos o exemplo que demos do casal fica mais fácil entender por que, provavelmente, o homem terá uma perda de peso maior do que a mulher. Homens gastam mais calorias em repouso e nas atividades físicas que as mulheres, porque possuem mais massa muscular e porque o hormônio testosterona faz com que eles se mantenham mais quentes e com um gasto energético maior.

Mas, e no caso das duas amigas? Então, certamente a quantidade de músculos entre elas também varia por uma série de fatores, como idade,  genética e, também, de acordo com a atividade física anterior (aquele conceito de memória muscular, em que o músculo se recorda de quando era mais utilizado).

E por fim,mesmo que sejam duas mulheres com a mesma massa muscular, é preciso saber se os hormônios que controlam seu metabolismo estão regulados, pois um desbalanço nestes pode levar a uma redução no gasto de calorias.

 

Os hormônios e o emagrecimento

Se um dos fatores que nos faz perder peso com mais rapidez e facilidade é nosso metabolismo, e os hormônios são essenciais para regulá-lo, há uma forte relação entre hormônios e emagrecimento, certo? Isso porque os hormônios também são responsáveis pela velocidade do metabolismo, ou seja, pela quantidade de calorias que cada pessoa acaba gastando por dia. Ah! E  eles ainda são responsáveis por aquela famosa gordura que se acumula na barriga.

Por isso, é essencial conhecer os principais hormônios que influenciam na perda de peso, conforme explicamos abaixo:

 

Cortisol

Cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas adrenais como parte do ciclo hormonal diário. O cortisol ajuda a controlar a pressão sanguínea, a função cardiovascular e o uso de carboidratos, proteínas e gorduras do corpo.

O cortisol é, por vezes, chamado de hormônio do estresse, porque os níveis de cortisol aumentam em resposta ao estresse. Quando esses níveis aumentam, ocorre o aumento do açúcar sanguíneo e da pressão sanguínea  para que o corpo tenha mais energia, a fim de lidar  com uma situação estressante.

Existem muitos hormônios em nosso corpo que, nas medidas corretas, mantêm boa saúde, porém,  em deficiência ou excesso, tem efeitos negativos ou contribuem para problemas de saúde. O cortisol não é diferente. Níveis altos de cortisol podem causar desejo por comidas altas em açúcar e gordura, que podem levar a pessoa a ganhar peso. Níveis altos de cortisol podem causar aumento na pressão sanguínea, aumento nos níveis de açúcar no sangue, aumento de gordura abdominal e perda de massa magra.

Como os níveis de cortisol aumentam com estresse, o melhor modo de manter um nível saudável de cortisol é reduzindo o estresse e diminuindo o impacto do estresse que não pode ser evitado. Tentar evitar o estresse totalmente não é possível e, na verdade, nem é recomendado. O estresse é uma parte importante da vida, uma vez que aciona adaptações positivas e crescimento. Um estresse contínuo e os resultantes aumentos dos níveis de cortisol é que você deve querer evitar.

Em resumo, o cortisol é um hormônio essencial e parte da resposta natural do corpo ao estresse. Por mais que exista conexão entre a alta de cortisol e o ganho de peso, o cortisol é só um fator contribuinte e não a causa primária. O excesso de calorias de comida somado à falta de atividade física é a causa principal para aumentar gordura corporal e ganhar peso.

 

Leptina

A leptina é um hormônio secretado pelo tecido adiposo que informa ao cérebro como anda o seu estoque de gordura corporal. Uma das hipóteses estudadas pela ciência é que a leptina criaria um “ponto de referência” usado para manter o seu peso, o que explicaria por que alguns indivíduos ganham novamente os quilos perdidos no passado. Ou seja, você sonha em pesar 54 kg, mas, sempre que chega lá, seu corpo vai fazer de tudo para voltar aos 60 kg na balança, ao menor descuido. A leptina tem sido considerada a responsável por regular essa “marcação”, estimulando o apetite quando você elimina gordura. Se o estoque anda cheio e excede esse ponto, o hormônio é produzido para suprimir o apetite. Mas há um furo nessa estratégia: quanto mais pesada a pessoa estiver, menos sensível ela será aos sinais da leptina de que “estou cheio”.

 

Insulina

A insulina é produzida pelo pâncreas para reduzir o nível de glicose no sangue. Assim, quando um batalhão de açúcar invade a sua corrente sanguínea, após ingerir uma guloseima, por exemplo, a insulina entra em cena como o policial que vai capturar esses marginais e pôr ordem no local. O que não puder ser despachado para os músculos e para o fígado para ser transformado em energia (glicogênio), ou aproveitado pelo corpo, é aprisionado na forma de gordura. E, desde que a insulina esteja presente, dificilmente ela liberará esse estoque para ser convertido em energia. Quanto mais o seu corpo produzir insulina, mais o seu organismo ficará resistente a emagrecer. E qual a melhor maneira de controlar a insulina? Cortando a ingestão de açúcar e alimentos processados.

 

Grelina

Ela é produzida no estômago e é o principal hormônio responsável por nos fazer comer demais. Os níveis de grelina disparam próximo da hora das refeições e diminuem depois que comemos. O estresse crônico aumenta os níveis de grelina.

 

Hormônio do crescimento

Ele promove o crescimento, claro, principalmente dos seus músculos.  E também promove uma quebra das gorduras já estocadas no corpo e diminui o ritmo de armazenamento daquelas que estão circulando no sangue.

 

Testosterona

Além de controlar a excitação sexual e a agressividade, a testosterona pode acelerar o seu metabolismo, ajudando o corpo a construir músculos e queimar gordura. O nível de testosterona, tanto nos homens como nas mulheres, diminui com a idade, principalmente depois dos 40, sendo uma das principais causas da crise da meia-idade. O metabolismo fica mais lento, e você, mais predisposto a armazenar as calorias extras como gordura, mais do que para fornecer energia para construir músculos.

 

Estrógeno

O hormônio feminino influencia também o local em que  seu corpo distribui a gordura. É por isso que, quando seu nível começa a cair com o avanço da idade, a gordura corporal tende a mudar. Ele é o responsável pelo acúmulo de gordura na área das coxas e do bumbum – e também as odiadas celulites!

 

Tiroxina

Manter a tireoide saudável é fundamental para que o organismo funcione bem. O hormônio tiroxina (T4), produzido por essa glândula, ajuda, entre outras funções, a regular o seu metabolismo e não pode ser alterado por exercícios ou alimentos, somente com tratamento médico.

 

Portanto, agora que você já entendeu por que não perde peso na mesma velocidade do seu namorado ou da sua melhor amiga, está na hora de entender que toda e qualquer dieta deve ser sempre individualizada e acompanhada de exercícios físicos também traçados por um profissional que vai entender as suas necessidades.

E, é claro, fazer consultas regulares ao médico para que ele possa lhe pedir exames que mostrem se o seu corpo está em dia com os hormônios!

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci