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Elas na Copa: Loucas por futebol

Conheça a história de mulheres que são fanáticas pelo esporte mais popular do Brasil

 21 de junho de 2018
10 min de leitura



Wow! A Copa chegou!! Nossa seleção não fez a estreia que a gente sonhava, mas eu ainda acredito que excelentes resultados podem vir!!! Bom, como vocês sabem, este mês o tema futebol tá em alta aqui no meu blog! A nossa série, Elas na Copa, já falou sobre as jornalistas que cobrem o esporte, sobre as atletas e árbitras profissionais, tivemos uma matéria com dicas para torcer e arrasar no look, e hoje é a vez daquelas que são loucas por futebol! É isso aí!Para mostrar que o papo de “futebol é coisa de macho” não tá com nada, trago histórias de três mulheres que manjam tudo de bola e que detonam nas arquibancadas e nos jogos com as amigas! Bora conhecer estas fanáticas?

Referência na família

Gabriela Palmeirense

Toda família tem aquela pessoa que entende tudo de bola! Lembra as escalações dos times de 10 anos atrás, sabe sempre quem joga com quem, quem lidera o campeonato e quem está com risco de cair… E, na família da Gabriela Cruz, ela é esta “enciclopédia” do esporte!

Palmeirense apaixonada pelo time, até o marido, que é torcedor do arquirrival Corinthians, não se mete com ela quando o papo é futebol! “Dia de clássico é quando meu esposo fica mudo em casa. Na final do Campeonato Paulista, por exemplo, ele

não pôde comemorar, porque eu fico extremamente nervosa”, conta.

Casamento Corinthians e Palmeiras

E não é só em casa que ela mostra que é louca por futebol. No trabalho, participa sempre do bolão e está em todo papo que inclui o tema. “Sou a maior comunicadora para troca de figurinhas do álbum. Minha mesa é toda cheia de itens verdes e coisas do Palmeiras. Todos me chamam de louca e dizem: ‘eu não gasto dinheiro com isso’. Mas isso não é gasto, é investimento! Isso me dá prazer”, explica.

Gabi conta que começou a curtir futebol aos quatro anos, quando escolheu,o Palmeiras como seu time de coração, e que, desde então, começou a assistir aos jogos e a  usar só verde.“Até que meu tio me levou ao estádio pela primeira vez, e aí, acabou!Não queria mais sair de lá. Nosso eterno Jardim Suspenso, nostra casa”, fala com nostalgia do antigo Parque Antártica.

Ela conta que lá pegou chuva, sol, estação de metrô lotada, mas que tudo vale a pena quando todos juntos cantam o hino e comemoram os gols!

E a Gabi não ficou só na arquibancada, não! Na época da escola, era a craque do time e ganhou várias medalhas com a equipe. “Minha mãe odiava que eu jogasse! Falava que era coisa de menino e que se eu levasse bolada no peito poderia ter problemas”… Mas a despeito de sua mãe (não resisti ao trocadilho), Gabi não deixava a bola por nada, e depois, mais velha, voltou a agitar partidas de futebol na empresa em que trabalha.

“Infelizmente ainda existe muito preconceito. Quando eu falo que vou ao estádio e sobre as loucuras que já fiz pelo Palmeiras, muitos ficam surpresos e dizem: “Nossa! Uma mulher fazendo isso!”

Otimista com a nossa seleção, acredita que ela vai trazer o hexa. “Estou muito confiante. Estrelinhas só temos Neymar e Marcelo,  então, acho que vamos mostrar todo o nosso futebol nesta Copa.” E ainda arrisca a partida final: Alemanha x Brasil, ou Portugal x Brasil. “Com a vitória nossa, é claro”, conclui.

Tricolouca digital!  Bygga Hilston - São Paulina

Se a paixão da Gabriela é verde, a da Abygail Lima é vermelha, preta e branca! Incentivada pelos irmãos que sempre jogaram futebol e curtiam assistir aos jogos, ela foi se apaixonando pelo time do Morumbi e, na adolescência, consolidou seu amor!

“Comecei a frequentar estádio com meus irmãos e depois comecei a ir sozinha. Aí fui fazendo amizades dentro do estádio e virou uma religião, um hábito! Nisso já se vão uns 12 anos que sempre estou nos jogos”, conta Byga, como gosta de ser chamada.

Mas foi em 2013 que o futebol tomou uma dimensão ainda maior em sua vida. Ela começou a se envolver mais com a galera no estádio, até que a sua paixão se potencializou ainda mais com o mundo digital. “Criei umperfil no Instagram onde comecei a postar fotos nos jogos. Hoje, o perfil tem 39 mil seguidores, com público que mistura torcedores, amigos e até jogadores. Nessa mesma época, comecei também a ajudar um amigo no Instagram e na página de divulgação de mulheres são paulinas, o @gatas_do_morumbi, hoje com média de 119k de seguidores. Além disso, me dedicava a um Instagram de notícias sobre o SPFC e fotos de torcedores (conhecido como @insta_saopaulinos, este com 59k).”

Bygga Hilston - São Paulina

No Facebook, também ajudou como administradora da página SpfcWeb (que tem 1milhão de seguidores) e participou de vários grupos, todos voltados ao time.

Segundo ela, hoje já não sofre nenhum tipo de preconceito por ser mulher, mas que, no começo de sua trajetória como torcedora fanática, teve dificuldades. “Principalmente na hora de opinar… Falavam que mulher não entende nada, não sabe nem o que é penalidade… e coisas do tipo.” Outra coisa que a incomoda é ser chamada de Maria Chuteira, Maria Homem e outros nomes pejorativos.

Porém  nenhum preconceito ou compromisso a afasta de sua paixão! Tanto que ela já viveu histórias malucas e engraçadas para acompanhar seu time! “Uma vez, quando  era mais nova, menti para os meus pais que eu iria a um aniversário, para poder estar no Pacaembu assistindo São Paulo x Corinthians. E, nesse dia, a Globo focou meu rosto várias vezes, e eles me viram na televisão.” Ela conta que também já matou trabalho para acompanhar jogos e que até já saiu da cama doente para estar no estádio! “Minha meta agora é começar a acompanhar o time nos jogos fora de São Paulo também.”

Sobre a Copa do Mundo, assim como Gabi, ela também acredita na seleção Canarinho, mas, além da poderosa Alemanha, crava outros adversários como favoritos pra enfrentar o Brasil: França e Bélgica. “Espero que o Hexa venha, e nosso sonho se realize, pois time e técnico temos para isto. Vamos mostrar e provar que somos o País do Futebol”, finaliza.

Amor de família

Aline Dias - Flamenguista

Não há dúvida de que uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro é entre os times do Flamengo e Vasco! E o clássico carioca era assunto constante na casa de Aline Dias. A mãe vascaína e o pai flamenguista disputavam jogo a jogo a preferência da filha pelo time do coração.

O pai foi jogador das categorias de base e, por isso, era amigo íntimo de  jogadores do calibre de Mozer, Adílio e Andrade, ídolos do time rubro-negro da década de 1980. A mãe era líder de torcida da TOV, uma das principais organizadas do Vasco!

Logo, quando o clássico carioca lotava as arquibancadas do Maracanã, a família Dias se dividia. Mãe para um lado e pai para outro, e a Aline, forçada pela mãe, ia pra torcida do Vasco. “Minha mãe dizia que na torcida do Flamengo só tinha marginal”, diverte-se Aline!

Mas o coração da Aline já era rubro-negro e, aos sete anos de idade,  usou uma tática arriscada para mostrar esta paixão. “Vasco e Flamengo… E  eu, como sempre, na torcida do Vasco. Quando o Mengão fez gol, eu não quis nem saber e comemorei muito! Depois de toda a confusão, minha mãe percebeu que era melhor eu passar a assistir aos jogos com meu pai mesmo”, lembra.

E, a partir disso, foram domingos e mais domingos no Maracanã com o pai. Ele tinha o hábito de levar almofada e radinho de pilha, e a filha, como grande companheira. “Aí depois, ele me levava no vestiário, eu pegava autógrafos com os jogadores! Era uma festa!”

Nesse período, um jovem começava a despontar no Flamengo, um tal de Bebeto, que depois viria a ser campeão do mundo na seleção do Brasil, em 1994, fazendo dupla inesquecível com Romário. “Ele era bem novinho mesmo e, uma vez, eu peguei autógrafo de todo mundo e não peguei o dele. Meu pai me perguntou por que, e eu na frente do Bebeto, disse: Mas esse aí? É só um menino!!”…

Aline cresceu, virou mãe de Artur e, há cerca de 15 anos, mudou-se para São Paulo, mas o amor pelo Flamengo subiu a serra! “Sempre que dá, vou ao Quintal do Espeto, em Moema, onde a  torcida Sampa Fla se reúne para ver os jogos do Flamengo. Quando não dá, sintonizo a rádio Globo pela internet e acompanho tudo”.

Com a vinda para Sampa, Artur quase virou são paulino, mas a mãe conta com alívio que “graças a Deus foi só uma fase, e hoje ele é Mengo e acompanha todos os jogos comigo”.

Megaanimada para a Copa, ela também bota muita fé na nossa seleção e só está meio chateada com um pouco de desânimo das pessoas. “Poxa, tô quase indo para o Rio para ver se o clima lá tá mais animado”, provoca.

A história da Gabi, Byga e Aline mostram que futebol vai muito além de uma diversão. É um traço forte da nossa cultura, e que não tem nada a ver com gênero, raça ou qualquer outra coisa, mas somente com paixão!

Espero que tenham curtido mais esta matéria da nossa série “Elas na Copa”. E, na semana que vem, eu trarei o último artigo que contará a história de 50 mulheres que se uniram graças ao amor ao futebol, e agora estão na Rússia curtindo o mundial!

 

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Rê Spallicci