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Nação Azul

50 anos unidos por um mesmo legado – cuidar de gente

No dia dos avós, lembro a história de minha avó Irene e de tantas outras “avós”que pavimentaram o caminho das mulheres rumo à igualdade

 26 de julho de 2020
6 min de leitura

50 anos unidos por um mesmo legado - cuidar de gente

Dia desses, vi uma imagem que mostrava a foto de duas grandes mulheres que revolucionaram suas atividades: Margareth Hamilton e Katie Bouman. Com 50 anos de diferença entre suas histórias (1969-2019),  ambas foram essenciais para duas grandes conquistas da humanidade.

Hamilton foi responsável por escrever o código que programou a Apolo 11, nave especial da NASA que levou o homem à Lua. Bouman é pesquisadora de métodos computacionais para geração de imagens e foi uma das pessoas responsáveis pela reprodução da primeira imagem de um buraco negro.

E me peguei pensando: será que, se não houvesse Hamilton, teríamos Bouman? O que seria de nós, mulheres, se outras que vieram antes de nós não tivessem lutado por espaço, por direitos e igualdade?  

Cuidar das pessoas

Cuidar das pessoas

E, desse pensamento, imaginei o que seria de mim, se também, há 50 anos, minha vó, Irene, não estivesse ao lado do meu avô, Mário, ao fundar a Apsen… E nada melhor do que aproveitar hoje, 26 de julho, dia dos avós, para refletir um pouco mais sobre essa história…

D.Irene era uma mulher batalhadora, forte e decidida. E era também uma pessoa extremamente preocupada com os outros. Ao iniciar a  Apsen, ela levou este seu jeito de ser para a empresa, criando um valor que até hoje está impresso no nosso DNA: cuidar das pessoas.

Isso não é algo que falamos da boca para fora, não. Este é um valor praticado pela Apsen e por todos que nela estão. E, quando falo cuidar de pessoas, falo dos pacientes que se tratam com nossos produtos, dos nossos colaboradores e  da comunidade onde estamos inseridos.

Tenho a certeza de que esta nossa forma de ser e de agir é um dos importantes legados que a minha avó nos deixou e, por isso, luto diariamente para que possamos sempre preservar essa cultura.

E será que, se Irene não estivesse ao lado do Mário, ao fundar a Apsen, teríamos este valor tão profundo em nossa empresa? Vou ainda além: será que, se Irene não fosse uma das fundadoras da Apsen, meu caminho na empresa, como mulher, não teria sido ainda mais difícil?

 Acredito realmente que cada uma de nós, mulheres, tem de dar um passo além do que foi dado por aquelas que nos antecederam, pois, só assim, caminhando passo a passo, conseguiremos chegar à tão sonhada igualdade.

Por isso, creio que devemos contar mais as histórias de mulheres que conquistaram, que se destacaram… Quantas vezes ouvimos, lemos e vimos filmes e documentários sobre Neil Armstrong, o primeiro HOMEM a pisar na lua? E quantos deles citaram a MULHER Margareth Hamilton?

Diz a história que três minutos antes da missão Apollo 11 pousar na Lua, o sistema de voo emitiu um alerta de emergência que avisava uma sobrecarga no software, e que, por isso, ele não poderia completar todas as tarefas. O computador, porém, já estava programado para priorizar as ações mais importantes, se restaurar e se estabilizar. O bug havia sido previsto e salvou a missão espacial  mais relevante da história – e permitiu o “grande passo para a humanidade”. O nome por trás desse planejamento? Sim, a matemática e desenvolvedora de software Margaret Hamilton.

História que virou série

História que virou série

Felizmente, temos visto nos últimos anos um movimento que visa valorizar as mulheres que tiveram histórias marcantes e que foram esquecidas pela História com H maiúsculo, pelo simples fato de serem mulheres.

Quantas vezes ouvimos falar de Rockfeller, Ford, Firestone e de outros grandes empreendedores? E quem de nós conhecia Sara Breadlove, a Madam C. J. Walker como era conhecida? Com sua incrível história contada na série “Self-Made”, da Netflix, Sarah Breedlove figura no Guinness como a primeira milionária americana a enriquecer sozinha, isto é, sem ter recebido herança ou  sem ter se casado com algum milionário.

Nascida em 1867, na fazenda Madison Parish, no estado da Louisiana, nos Estados Unidos, Sarah Breedlove era filha de escravos e foi a primeira pessoa da  família a chegar livre ao mundo. Ficando órfã ainda na infância e tendo muitas dificuldades para conseguir emprego, Sarah foi lavadeira, trabalhou em campos de algodão, foi vendedora de porta em porta, mas conseguiu a custo de muita luta e trabalho abrir uma empresa de produtos para cabelos que a tornou milionária, fazendo depois sua filha e neta sucessoras… Não vou contar mais, porque a série vale a pena ser vista e fica aqui a minha dica para vocês… rs.

Enfim, acredito que precisamos cada vez mais valorizar as histórias e feitos das mulheres, porque só sabendo aonde já chegamos, podemos nos inspirar a ir cada dia mais longe!

Fiz isso no dia 9 de julho, ao contar um pouco a história das mulheres que foram essenciais na Revolução Constitucionalista de 1932, e aproveito hoje, o Dia das Avós, para lembrar um pouco das nossas “avós” de conquistas e caminhadas…

E você, já conversou com sua avó sobre as dificuldades encontradas por ela como mulher e como ela as superou? Quais as histórias de lutas e conquistas que ela guarda? Quem sabe, neste domingo de Dia das Avós, não seja uma linda oportunidade?

Aproveito ainda para dedicar este texto a outra mulher incrível que, certamente, me formou: a minha linda e amada vó materna Dorothy, a maior e melhor expressão de que ser avó é amar duplamente! Gratidão,  vó Irene, e gratidão, vó Dorothy! Vocês me ensinaram a ser forte, batalhadora e ter  orgulho de ser mulher!

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Acreditando sempre na luta e no protagonismo feminino

Busque seu propósito. Deixe o seu legado.

Rê Spallicci