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Autoconhecimento

O que te motiva? Walk and Talk!

Idealizadores do projeto Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España falam sobre a busca para respostas sobre inspirar pessoas, em uma aventura de mais de dois anos, por 28 países dos cinco continentes.

 12 de outubro de 2016
9 min de leitura

O que te motiva? Walk and Talk!

“Os gregos já diziam: pessoas que encontram seus talentos e fazem aquilo que amam, são mais entusiasmadas e motivadas que as demais.” Foi exatamente este ensinamento que inspirou Luah Galvão e Danilo España a criarem o Walk and Talk, um projeto que acabou virando um verdadeiro estilo de vida.

A ideia do casal era dar uma volta ao mundo, perguntando às pessoas das mais variadas culturas, credos e cores o que as motivava. Mas a viagem que seria de, no máximo, oito meses, virou uma aventura de mais de dois anos, por 28 países dos cinco continentes.

E, nesse tempo todo em busca da resposta para a motivação, eles conseguiram uma certeza: a motivação é algo que vem de dentro para fora e é muito individual. O que motiva uma pessoa pode não motivar outra. Ninguém é capaz de motivar ninguém, mas, sim, inspirar. “Pessoas com trajetórias de amor, de sucesso pessoal ou profissional, de engajamento social, enfim, pessoas com histórias interessantes e verdadeiras têm a capacidade de inspirar e, uma vez inspirado, você pode se mover a uma ação”, analisa Luah. Foi a partir dessa percepção que o casal passou, então, a buscar, em suas viagens, histórias inspiradoras, muito mais do que respostas para a pergunta inicial sobre motivação. “Há cinco anos buscamos essas histórias e compartilhamos no nosso Facebook, porque a gente acredita que são essas narrativas que podem inspirar pessoas e promover mudanças positivas de atitude”, revela Luah.

 

O princípio do projeto

Luah e Danilo se conheceram na casa do professor Viktor D. Salis, um dos mais renomados mitólogos do mundo. Lá, eles participavam de simpósios que abordavam temas filosóficos, principalmente da Grécia Antiga. “Debatíamos sobre todo o conhecimento da Paideia, que era um ‘modelo de educação’ baseado em valores para a formação do caráter, inspirado nos mitos como exemplos comportamentais e no desenvolvimento de talentos individuais em prol da sociedade”, relembra Danilo. E, nesse trabalho, eles começaram a enxergar a relação entre motivação e desenvolvimento de talentos. “Os gregos antigos acreditavam que pessoas que encontram e desenvolvem seus talentos são mais motivadas que as demais. Queríamos saber se isso estava acontecendo no mundo, nos dias de hoje. Daí nossa inspiração para realizar o projeto e nos aprofundarmos no tema”, explica Danilo.

Danilo já trabalhava na aviação e estava fazendo curso de piloto de avião, mas queria testar seus talentos na área da fotografia, uma de suas paixões. Para tanto, o projeto Walk and Talk seria o cenário perfeito. Luah sempre trabalhou na área de comunicação como atriz e apresentadora, estava com o “copo lotado”, em um momento de revisão de carreira. “Trabalhamos por dez meses no que chamamos de pré-projeto, antes de embarcarmos. Faltando dois meses, Danilo largou o trabalho para se dedicar exclusivamente ao Walk and Talk”, relembra Luah.

Um ano após a volta da primeira grande viagem, que teve por meta buscar as respostas para a motivação, o casal sentiu a necessidade de estar novamente na estrada. E, em 2014, uma nova aventura surgiu, com o projeto “Caminho de Compostela”. “Passamos 60 dias na Espanha e percorremos os 800 km até Santiago. Dessa vez, ao invés de perguntarmos sobre motivação, o papo com os peregrinos foi sobre suas histórias de superação. Em 2015, viajamos mais uma vez, o projeto foi batizado de `Expedição Peru`, que teve a resiliência como tema por trás das novas histórias”, contam.

 

Experiências transformadoras de autoconhecimento

E é claro que esse tempo todo em contato com diferentes histórias, culturas e vivências transformou a vida de Luah e Danilo. “Tudo muda muito depois de uma experiência longa de autoconhecimento. E a viagem foi isso. A gente brinca que, a cada passo que demos para fora, descobrindo novos continentes, países e culturas, demos três passos para dentro, na profundidade do nosso ser e do nosso mundo interno. É impossível voltar igual. Eu acredito que todo grande processo de sonho realizado ou de transformação de vida é como uma grande jornada do herói: você sai em uma jornada, passa por diversas etapas e, quando volta, você é uma pessoa transformada”, analisa Luah.

Os “viajantes” contam que sentiram mudanças em todas as esferas de suas vidas, desde a forma de se comunicarem entre eles e com os outros, até a forma de enxergar a vida. “Quando a gente vê que passou dois anos carregando uma mochila de 15 quilos, você se atenta ao fato de que não precisa de tanto para viver. A gente aprende o que é suficiente e útil para deixá- lo feliz e o que pode ser deixado para trás nessa jornada da vida”, fala Luah.

Segundo eles, o fato de transitar por outras culturas, realidades e até mesmo formas de comunicação, já que em muitos países eles não conseguiam se comunicar com a linguagem verbal, por conta dos diferentes idiomas, deu-lhes uma nova dimensão do mundo, muito mais livre de preconceitos, padrões estabelecidos e verdades absolutas.

 

Onde encontrar a motivação

Somos todos seres complexos e diferentes. Por isso, a resposta para a pergunta – onde encontrar uma motivação – seria igualmente complexa e diferente para cada pessoa! Mas as viagens do casal, aliadas a inúmeros estudos que eles realizaram ao longo desse período, podem apontar alguns caminhos. Fazer o que gosta, ser autêntico com suas escolhas e seguir a sua essência são pontos que, certamente, o levarão à motivação. “Seguir o coração, suas reais vontades, descobrir seus talentos, ser protagonista da própria vida, são algumas das pistas, para encontrar sua motivação e, consequentemente, a felicidade”, complementa Luah.

Portanto, é necessário que a pessoa faça uma reflexão profunda sobre a sua vida e passe por uma verdadeira trajetória de autoconhecimento, a fim de entender o que realmente a move e a leva a uma vida mais plena. “Não existe uma fórmula para a motivação mas uma coisa que a gente aprendeu, e que eu sempre gosto de compartilhar nos workshops e palestras que realizamos, é que devemos aprender a dar sim pro sim e não pro não. Se há uma coisa que nos trava é quando começamos a dar não para os sins e sins para os nãos. Ou seja, damos um sim para o chefe de algo que para nós deveria ser não, damos um não para um amigo, quando deveríamos dar um sim, ou seja, fazemos algo para agradar o outro, mas que está nos desagradando. E viver desalinhado com nossos valores e verdades é algo que nos faz muito mal”, ensina Luah.

Por fim, perguntados sobre o que os motivou, eles não hesitam em responder. “Curiosidade, conhecimento e, acima de tudo, o amor. Amor pelas pessoas, por aquilo que a gente faz, amor que a gente pode notar em cada coisa que o homem cria. Essa capacidade que temos de sermos seres sociais e de criarmos o que é belo, não somente o belo estético, mas o belo como uma manifestação do amor”, reflete Danilo.

E é por essa motivação de Luah e Danilo que o projeto deles entra em uma nova fase, denominada Lov Talks. “Estamos pesquisando sobre o amor e nossa próxima etapa está em levantar histórias sobre esse amor em latu sensu, o amor que nos move, nos motiva e que está em cada lugar do mundo que a gente esteja”, finaliza Luah

Além do Facebook do projeto onde você pode conhecer algumas dessas histórias inspiradoras, o casal mantém o site http://www.walkandtalk.com.br/ no qual conta mais sobre o projeto e escreve também para uma coluna na revista Exame, chamada “O que te motiva”.

 

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Rê Spallicci