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Autoconhecimento

Basta uma Palavra

Qual o valor que você dá a palavra? E como você a usa no dia a dia? Suas palavras reforçam suas atitudes? Em artigo especial, o consultor Caê Camargo analisa a força das palavras em nossas vidas.

 5 de novembro de 2015
4 min de leitura

Basta uma palavra

Você já parou para pensar sobre o poder de uma palavra? Exatamente neste momento, existem pessoas que estão, assim como eu e você neste texto, refletindo sobre suas palavras. Para mim, autor, será que conseguirei agregar valor à sua vida através de minhas palavras? Para você, leitor, o que fará com suas palavras após a leitura? Mas, por que “palavras”?

“As palavras são como moedas: uma pode valer por muitas, e muitas não valerem por uma”. (Quevedo)

E quanto valem suas palavras?

Os antigos diziam que uma palavra bastava para selar acordos, contratos e destinos, sem a necessidade de assinaturas ou contratos formais. E hoje, com tantos recursos para garantir o cumprimento de acordos, observamos palavras diferentes de ações. Você deseja ter, de verdade, uma vida em que suas ações digam mais do que suas palavras? Ou prefere que suas palavras expliquem suas ações?

“As palavras verdadeiras não são agradáveis, e as agradáveis não são verdadeiras.” (Lao Tsé)

Em um mundo no qual cobramos transparência, honestidade e sinceridade através das palavras, existem duas reflexões-chave: você está preparado para ouvir as palavras dos outros com transparência, sinceridade, sem ser reativo? Os outros estão preparados para ouvir suas palavras? Em qual dessas situações você tem controle absoluto? Se você não tem controle sobre os outros, então, por que exige que compreendam e pratiquem algo que você mesmo não faz ou está preparado para fazer?

Em minha carreira, certa vez, ouvi de um líder, após alguns feedbacks sinceros, a seguinte frase:

– Você quer tapinha nas costas ou quer crescer?

Doeu muito. Esforcei-me para atingir determinado resultado não conquistado e foi muito indigesto ouvir aquilo. Internamente, meu sentimento era de revolta. Queria voar no pescoço dele. Refletindo melhor, percebi que, na verdade, estava querendo terceirizar algo que era só meu. Considero aquele dia como o processo de se colocar o fermento na massa de pão. Mesmo com o fermento, é preciso respeitar a ordem dos ingredientes, esticar, amassar e, principalmente, respeitar o tempo do crescimento.

“Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.” (Desconhecido)

Muitas vezes, a flecha lançada são nossas conclusões precipitadas, julgamentos parciais, dizendo aos outros o que não gostaríamos que nos dissessem sobre nós mesmos. Antes do disparo, reflita sobre onde, como e para quem está sendo direcionada essa flecha.

Acredito que um dos maiores desafios do ser humano será sempre o uso das palavras na comunicação. Certamente, já conheceu pessoas que dão a volta ao mundo para chegar a uma conclusão, ou simplesmente não conseguem se fazer entender por não terem as melhores palavras. Isso acontece tanto na vida pessoal quanto na profissional. Existem ainda pessoas que usam aquela frase clássica:

– Eu já lhe expliquei dez vezes! Não é possível, quer que eu desenhe?

Um ponto a refletir é que, se você explicou sempre da mesma forma, sem se preocupar em entender que a pessoa que está à sua frente pode ser diferente de você, não adianta explicar nem mil vezes! O resultado sempre será o mesmo.

O uso incorreto, no tempo errado ou com a pessoa errada, gera não só ruídos, mas pode também gerar guerras. Acredite, basta uma palavra para você Motivar, Desmotivar, Aconselhar, Treinar, Desenvolver, Criar, Ajudar, Acelerar, Ensinar, Engajar, Perdoar e, principalmente, Amar.

E depois de ler este texto, se ainda não tiver clareza do que deve e para quem deve falar, segue uma dica:

“A palavra é prata, o silêncio é ouro.” (Provérbio Chinês) 

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci