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Capitalismo consciente – o despertar para um novo modelo

Muito além do lucro, um novo modelo de capitalismo começa a ganhar corpo e força em todo o mundo.

 22 de fevereiro de 2019
7 min de leitura



Já nos é óbvio que manter o atual sistema corporativo e de exploração dos recursos naturais não será algo sustentável por muito mais tempo. O planeta dá a cada dia mais sinais de esgotamento e as novas gerações de profissionais que ingressam no mercado de trabalho não se contentam com o que as empresas ofereciam para as gerações passadas.

Com o avanço espantoso da tecnologia, novos modelos de empresas, de trabalho e de serviço, surgem em uma velocidade incrível e acompanham o despertar de boa parte da sociedade sobre a necessidade de mudança no sistema como o conhecemos hoje.

E um dos expoentes deste despertar é o chamado Capitalismo Consciente, sobre o qual quero falar mais neste artigo.

O que é o capitalismo consciente

Você sabe o que é o capitalismo consciente?

O capitalismo consciente é definido como um sistema econômico emergente que se baseia nos fundamentos do capitalismo – troca voluntária, empreendedorismo, competição, liberdade de comércio e estado de direito. Estes são essenciais para uma economia de funcionamento saudável, assim como outros elementos do capitalismo consciente, incluindo confiança, compaixão, colaboração e criação de valor.

O capitalismo consciente tem quatro pilares orientando um negócio para a condução de práticas socialmente responsáveis ​​e éticas: propósito, stakeholders, cultura consciente e liderança.

Capitalismo consciente – Propósito

Segundo as premissas do capitalismo consciente todo negócio tem um propósito que deve ir além de somente ganhar dinheiro. Embora gerar lucro seja essencial para a vitalidade e a sustentabilidade de um negócio, esse não deve ser o único ou até mesmo o mais importante motivo pelo qual um negócio existe.

Toda  empresa deve estar em um negócio para fazer mais do que isso. Grandes líderes percebem que, para se tornarem bem sucedidos a longo prazo, devem oferecer um valor real para suas empresas que possibilitem que seus colaboradores trabalhem apaixonados e inspirados.

Capitalismo consciente – stakeholders

Este pilar prega a ideia de que a vida e os fundamentos humanos dos negócios são independentes, e uma empresa precisa criar valor com e para seus diversos stakeholders ou públicos de relacionamento.

Como as formas de vida em um ecossistema, lidar com os públicos de relacionamento de forma saudável ​​leva a um sistema de negócios saudável. As empresas conscientes concentram-se em seu ecossistema de negócios completo, criando e otimizando valor para todos os seus stakeholders. Essa ideia é representada pela sigla SPICE: sociedade, parceiros, investidores, clientes e funcionários. Por sua vez, as partes interessadas fortes e engajadas levam a um negócio saudável, sustentável e resiliente, criando uma relação ganha-ganha-ganha.

Os líderes conscientes sabem a importância de levar em consideração todos os seus stakeholders. Uma empresa nunca vai se tornar uma marca premium, concentrando-se apenas nos acionistas. Os fatores realmente importantes para o sucesso comercial a longo prazo são os funcionários e clientes, e geralmente os fornecedores e a comunidade também.

Capitalismo consciente – cultura consciente

Este é o ethos – os valores, princípios, práticas – subjacentes ao tecido social de um negócio, que permeia a atmosfera de um negócio e conecta os stakeholders uns aos outros e ao propósito, pessoas e processos que compõem a empresa.

Essa ideia é capturada na sigla TACTILE: confiança, autenticidade, cuidado, transparência, integridade, aprendizado e empoderamento.

Uma cultura baseada em valores é aquela que é intencional sobre como as pessoas agem e atuam. Quando uma cultura não é definida e aplicada, os colaboradores de uma empresa não se movem na mesma direção.

Capitalismo consciente – liderança

As organizações refletem as ações e a personalidade do indivíduo que ocupa o seu topo. Este é o tipo de pessoa que todos querem seguir. Os Líderes Conscientes são aqueles que inspiram lealdade e alto desempenho consistente em suas equipes.

Eles compreendem e abraçam o propósito mais elevado dos negócios e concentram-se em criar valor e harmonizar os interesses das partes interessadas do negócio. Impulsionados principalmente pelo serviço ao propósito da empresa, e não pelo poder ou pelo dinheiro. Os líderes conscientes inspiram, promovem a transformação e trazem o melhor naqueles ao seu redor.

Consciente e rentáveis

Esses quatro princípios do capitalismo consciente se reforçam mutuamente. E mais do que um mundo melhor para todos pode trazer um ambiente de negócios também melhor! As empresas que aderem aos princípios do capitalismo consciente podem, a longo prazo, superar outras empresas em múltiplas dimensões, inclusive financeiras, ao mesmo tempo em que têm maior impacto benéfico no mundo em geral.

A verdade é que, ao fazer negócios da maneira certa – sendo verdadeiramente autêntico, aderindo sinceramente à sua ética e moral, e se preocupando mais com seus clientes e funcionários do que com seus acionistas – as empresas crescem!

Um estudo da Cone Communications-Echo descobriu que apenas 20% das marcas em todo o mundo impactam de forma significativa e positiva a vida das pessoas, mas 91% dos consumidores globais mudaria de marca se elas tivessem preço e qualidade semelhantes, mas apoioassem uma boa causa.

“Com essa enorme lacuna entre os valores da sociedade e os valores corporativos, não é de admirar que as organizações orientadas por objetivos estejam superando as demais. Fazer o bem tornou-se um bom negócio, não apenas por causa da mudança nos valores do consumidor, mas também porque boas empresas estão atraindo os melhores talentos, especialmente os millennials, que, segundo estimativas, representam 75% da força de trabalho global até 2025”, comentou Andrew Hewitt responsável pelo estudo

O seu despertar

E é claro que o para que o capitalismo consciente continue a florescer, o que será benéfico para todos nós, precisamos rever conceitos e nos ajustar a esta nova realidade. O líder de hoje não pode ser mais igual ao líder de ontem e o mesmo diz respeito a todos nós como profissionais, independente do ramo de atuação.

Mais do que  nos preocupar com os recursos, está na hora de nos preocuparmos com as pessoas! Até mesmo o termo recursos humanos precisa ser revisto, já que não as empresas não pode mais nos tratar como recursos, mas sim e somente como humanos!

Em meus negócios, tento aplicar ao máximo os princípios do capitalismo consciente e sempre que posso trago este tema aqui para meu blog com uma forma de ajudar neste tão importante despertar da sociedade.

Desde o novo perfil do líder, até a questão do empoderamento feminino, tudo isso são partes de um todo que é este despetar para um capitalismo mais consciente e sustentável.

Confira aqui no meu blog outras matérias que permeiam este conceito tão importante para os rumos da nossa sociedade.

 

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Competência do líder: flexibilidade

Amor nos negócios

A importância da autonomia emocional para a liderança feminina

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci