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Mitos e verdades sobre esteroides anabolizantes

Anabolizantes - Tire todas as suas dúvidas sobre os esteroides e entenda para que servem e quais os riscos do seu uso indiscriminado.

 4 de outubro de 2017
10 min de leitura

Mitos e verdades sobre anabolizantes

A associação é quase imediata! Quando as pessoas veem atletas de fisiculturismo com corpos hipertrofiados, logo surge a afirmação: ah, mas para ficar assim, só usando “bomba”, ou: “tem que tomar uns veneninhos para ficar assim, né”?

E comigo não é diferente. Poucos são os que têm coragem de perguntar, mas tenho certeza de que esse questionamento passa pela cabeça de muita gente, ao ver a transformação recente de meu corpo! Claro que as pessoas que pensam assim, provavelmente, não sabem sobre a minha rotina insana de treinos e o rigor com que levo a minha alimentação, e tentam jogar todo esse esforço no uso de medicamentos!

Mas de uma forma ou de outra, a realidade é que há muitos equívocos no que se fala por aí a respeito dos esteroides, o que são e como funcionam.

Por isso, há tempos venho pensando em escrever um artigo sobre o tema, trazendo um relato imparcial, a fim de eliminar certos equívocos e dúvidas que envolvem essas drogas, e fornecer informações objetivas sobre o que esses medicamentos são e o que eles causam ou não.

A verdade é que existe muito preconceito sobre os anabolizantes esteroides e pouco conhecimento. E o mais engraçado é que as mesmas pessoas que repudiam o uso dos esteroides, muitas vezes se acabam no álcool e no antidepressivo, mas acham que o uso de hormônios é um crime.

Com esta matéria, vamos desmistificar o uso e as aplicações dos esteroides e também seus efeitos.

 

A história dos esteroides anabolizantes

Anabolizantes - Saiba os mitos e verdades

Os “esteroides anabolizantes” são qualquer droga (ou seja, estrogênios, progestagenos e corticosteroides) ou substância (s) hormonal (is), quimicamente relacionada(s) à testosterona, hormônio masculino que promove o crescimento muscular. Hoje, existem mais de 100 variedades de esteroides anabolizantes desenvolvidos, usados em inúmeros casos na medicina.

A história dos esteroides anabolizantes pode ser rastreada até o início da década de 1930, antes que o termo esteroide fosse usado. Nesse período, uma equipe de cientistas conseguiu criar uma forma sintética de testosterona para ajudar a tratar homens que não conseguiam produzir o hormônio suficiente para o crescimento normal, desenvolvimento e funcionamento sexual. Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, descobriu-se que esta forma artificial de testosterona poderia ser usada para ajudar os soldados malnutridos a ganharem peso e melhorarem o desempenho.

Depois da guerra, atletas começaram a usar esteroides para melhorar seu desempenho em competições. Nas Olimpíadas de 1956, atletas soviéticos, especialmente lutadores, apresentaram níveis excepcionalmente altos. Depois de saber que esses atletas estavam usando testosterona, um médico americano (Dr. Zeigler) criou uma forma mais seletiva dos esteroides anabolizantes, o conhecido Dianabol que, posteriormente teria o nome genérico de metandrostenolona (hoje proibido nos Estados Unidos).

Durante a preparação dos Jogos Olímpicos de 1960, a equipe olímpica americana passou a usar a nova droga para também aumentar o rendimento de seus atletas.

A partir desse ponto até o início da década de 1970, os esteroides tornaram-se cada vez mais populares entre os atletas olímpicos e também para os profissionais de esportes e atletas do ensino médio.

Em 1975, o Comitê Olímpico Internacional finalmente proibiu o uso de esteroides na competição olímpica. Mas as vendas de mercado negro (ou ilegal) continuaram a aumentar e, em 1988, os Estados Unidos efetivaram a primeira regulamentação federal importante de esteroides.

Apenas um par de anos depois, o Congresso aprovou o Anabolic Steroid Enforcement Act de 1990, que colocou certos esteroides anabolizantes no Anexo III da Lei de Substâncias Controladas (CSA).

No Brasil, este assunto [esteroides] é disciplinado pela lei 9.965 de 2000, que diz:

 Art. 1o A dispensação ou a venda de medicamentos do grupo terapêutico dos esteroides ou peptídeos anabolizantes para uso humano estarão restritas à apresentação e retenção, pela farmácia ou drogaria, da cópia carbonada de receita emitida por médico ou dentista, devidamente registrados nos respectivos conselhos profissionais.

Ou seja, assim como em outros países, no Brasil, os esteroides não são proibidos, mas sim, liberados para o consumo supervisionado por médicos.

Neste sentido, eles não são diferentes de tantas outras drogas utilizadas em alta escala. Mas, se os esteroides não são proibidos e podem ser utilizados com a supervisão médica, por que tanto preconceito em relação a eles? Eu explico.

 

O preconceito aos esteroides anabolizantes

Os esteroides anabolizantes são em essência testosterona, o hormônio masculino. E esse hormônio possui dois lados: o androgênico e o anabolizante propriamente dito. O androgênico é o responsável pelas características masculinas, e o anabolizante é o que trabalha aumentando a capacidade da regeneração das fibras musculares.

E é esta segunda característica que tanto encanta esportistas e fisiculturistas. Como vocês sabem, para construir músculos, é preciso levá-los à fadiga, para que as fibras musculares se rompam e, ao se regenerarem, estejam com mais volume. Para explicar de forma fácil, imagine que você fez um corte. Quando a pele se regenerar, vai ficar uma cicatriz, certo? E essa cicatriz fica saliente porque ficou com mais volume do que tinha  anteriormente. Pois é exatamente assim que acontece com o músculo, quando treinamos e os levamos à fadiga.

Como os anabolizantes promovem o crescimento celular e a sua divisão, resulta no desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, especialmente o muscular, processo que se torna mais rápido quando esses medicamentos são administrados.

Por isso, tantos atletas ou simplesmente pessoas que querem melhorar sua aparência fazem uso dessas substâncias. E aí começa o preconceito. Dizer que o fruto do trabalho duro de dieta e alimentação de um fisiculturista é somente fruto de medicamentos é uma forma de menosprezar o esforço daqueles que se dedicam tanto ao esporte e certa forma de “invejinha” daqueles que alcançam o corpo dos sonhos.

Além disso, uso dos anabolizantes sempre foi cercado de muitos mitos, como, por exemplo, dizer que os homens ficam com o pênis pequeno, que as mulheres ficam com a voz grossa, que os medicamentos causam câncer e até a morte! A verdade é que os esteroides anabólicos são usados amplamente na área médica sem riscos para a saúde dos usuários, e nenhuma evidência científica mostrou problemas de saúde em longo prazo com o uso correto de esteroides anabolizantes. Enquanto o risco de morte está presente em muitas drogas, o risco de morte prematura decorrente do uso de esteroides anabolizantes é extremamente baixo.

É claro que precisamos entender que os esteroides são, sim, drogas. E mesmo Tylenol e Aspirina podem causar sérios problemas, se você os tomar em grandes quantidades. Todas as drogas podem ter efeitos colaterais e, quando utilizadas de forma abusiva, têm o potencial de matar, não só esteroides. Por isso, o uso tem que ser SEMPRE prescrito e acompanhado por médicos.

 

 Usos médicos de esteroides

Eu creio, que assim como qualquer medicamento, o uso dos esteroides anabolizantes deve ser prescrito por médicos quando necessários a saúde do paciente. Por exemplo, vemos o uso deles em pacientes com condições extremas de desgaste muscular causado pela AIDS trazer excelente resultados. Além disso, alguns esteroides podem ser usados ​​para eliminar a anemia grave. Finalmente, li muitas pesquisas europeias sobre os efeitos positivos de baixas doses de esteroides anabolizantes, como a testosterona e a deca-durabolina em homem que sofre de níveis clinicamente baixos de hormônio. Isto é chamado de Terapia de Substituição Hormonal (HRT). Neste caso, você está apenas substituindo um hormônio necessário que o corpo já não está produzindo corretamente, o que acontece o tempo todo. Por exemplo, se sua tireoide não estiver funcionando bem, o médico vai prescrever um remédio para corrigir.

Claro que a lista de efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes pode ser imensa, mas isso acontece com qualquer tipo de medicamento. Afinal, novamente, tenha em mente que diferentes esteroides oferecem distintos efeitos colaterais, e que tudo depende da dosagem e da prescrição correta.

Enfim, os esteroides não são a substância mágica que algumas pessoas fazem parecer. Treinamento, dieta e repouso lhe darão o corpo que você deseja. Eu vi pessoas que usam esteroides, mas treinam mal, não fazem dieta e não descansam corretamente e, como resultado, não chegam ao corpo desejado. Por outro lado, há aqueles do chamado

Fisiculturismo natural – Atletas que não usam esteroides (veja o artigo)  que têm corpos espetaculares e conseguem excelentes resultados!

Mas tampouco são as piores drogas do mundo como os mitos e lendas urbanas querem que a gente acredite. No mundo do fisiculturismo, as histórias de óbitos relatadas e creditadas aos anabolizantes, na verdade, são sempre resultado de outros medicamentos como diuréticos que utilizados em alta dosagem podem causar ataques cardíacos pela falta de potássio.

Para sua informação, existem medicamentos prescritos diariamente muito mais perigosos do que os esteroides, em minha opinião. Portanto, usá-los sob supervisão médica para propósitos que o seu médico considere adequado é tão normal como qualquer outro medicamento.

Você deve é sempre fugir dos remédios do mercado negro e de procedência duvidosa e nunca se automedicar. Mas, de novo, isso vale para qualquer remédio.

Lembre-se de que construir o corpo é um compromisso vitalício que deve ser praticado dia a dia com a maior persistência e extrema consciência. Não há atalhos para um corpo bonito. Só o trabalho árduo combinado com um sistema inteligente de treinamento, nutrição e acompanhamento médico o levará para onde você quer ir.

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