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Fitness

Dos palcos para as academias

Conheça o Ballet Fitness modalidade que está ganhando adeptas por todo o Brasil e que promete um corpo incrível. Quem nos conta mais sobre a metodologia é ninguém menos que a criadora do método, Betina Dantas.

 10 de janeiro de 2016
6 min de leitura

Dos palcos para a academia

Formada pela Royal Academy of Dancing, uma das mais importantes do mundo, Betina Dantas viajou percorrendo seu sonho e aprimorando seu talento. França, Itália, Alemanha, Holanda e Estados Unidos são alguns dos países que já contribuíram com a formação artística da bailarina que inclui, além do ballet, jazz, sapateado, canto, artes plásticas, história da dança e música. “Eu amava tudo, mas minha paixão sempre foi o ballet. Acordava rodopiando pela casa e dormia de figurino”, relembra Betina.

 

Até que aos 14 anos, uma lesão no tornozelo a impediu de continuar nos palcos, mas não de fazer do ballet seu principal combustível para a vida. Betina Dantas é a criadora do ballet fitness, modalidade que vem ganhado adeptas em todo o Brasil.

 

Para conhecer um pouco mais desta história, conversamos com a criadora do método. Acompanhe.

 

Portal Renata Spallicci – Como surgiu o ballet fitness?

 

Betina Dantas – Eu decidi criar essa aula após uma contusão no tornozelo que me forçou a parar as aulas de ballet por um bom tempo. Eu dava aulas de ballet, e as mães das minhas aluninhas do infantil ficavam sentadas na frente da sala assistindo. E eu sempre falava: “Gente vai malhar! Vocês estão dentro de uma academia e ficam uma hora sentadas!”. E elas diziam que tinham pavor de musculação e academia, mas que se eu desse uma aula pra elas de ballet adulto, elas fariam! Naquela época (2003), nem se falava em ballet adulto… Assim, decidi usar os movimentos do ballet a meu favor e criei o Ballet Fitness, pois eu sabia e sentia no corpo como os movimentos e exercícios do ballet malhavam pra caramba. E, pra mim, físico de bailarina sempre foi o mais bonito e harmônico. Comecei essas aulas para as mães e foi um sucesso.

PRS – Aí você foi aperfeiçoando o método?

BD – Sim, fui estudando, me dedicando e construindo uma aula com exercícios específicos para cada parte do corpo. Como também sou educadora física, isso me ajudou bastante na formatação das aulas. Pensava assim: qual exercício do ballet pega bastante os glúteos? Aí montava uma sequência de pliês com agachamentos que “matavam a bunda”! Como sempre achei lindo um glúteo redondinho e empinado e uma barriga sequinha, minha aula tem muito foco nisso, então é um sucesso! Falo que é aula pro biquini…

PRS – Em resumo, o que é o ballet fitness?

BD – Uma metodologia que mescla passos técnicos do ballet clássico (barra), aliados a exercícios fitness como agachamento, abdominais e flexões. O grande foco é o aumento no número de repetições e no tempo de isometria e sustentação muscular nos exercícios. Todo dia crio uma aula diferente. Uma aula nunca é igual à outra, o que ajuda a fugir da mesmice e monotonia. Fazer todo dia a mesma sequência cansa e desestimula qualquer um.

PRS – E quais os principais benefícios?

BD – O Ballet Fitness ajuda a trabalhar a postura e deixa o corpo longilíneo, bem diferente do “visual trincado” das aulas triviais de musculação e localizada. A aluna melhora o tônus muscular, a flexibilidade, a respiração e o equilíbrio. Além de adquirir agilidade, músculos alongados, alinhamento corporal, força abdominal (meus abdominais são famosos, de matar!) e lombar, e trabalhar com a memorização.

Os resultados são absurdos e surpreendentes, pois a aula mescla o aeróbio com o anaeróbio, trazendo força e ao mesmo tempo leveza e graciosidade como poucas modalidades conseguem! É uma aula “power” que trabalha bastante com o cardiovascular, promovendo a queima de calorias e consequentemente perda de peso. Faz diferença mesmo! Eu assino embaixo…

Por se uma aula muito dinâmica (tipo circuito e “estações” de exercícios), a aluna consegue resultados incríveis no físico. Esta técnica constrói realmente um corpo diferenciado e esculpido, tonificado, elegante e flexível. A aluna trabalha com o peso do próprio corpo. Além disso tudo, ainda é uma forma de expressão e de arte, as músicas são deliciosas (tanto as clássicas, quanto as mais agitadas), o que promove um super bem-estar…

PRS – Então ele substitui a musculação e o aeróbio? Ou seria legal complementar com outra atividade?

BD – Depende muito do ritmo, empenho e dedicação da aluna. O ideal é fazer duas a três aulas na semana. Neste ritmo, substitui certamente a musculação, pois os exercícios proporcionam um fortalecimento muscular absurdo, mas sem utilizar pesos. A aula é aeróbica também e queima bastante, principalmente nos exercícios rápidos e nos saltos. O coração vem na boca literalmente! Quem pratica três vezes na semana, com assiduidade, não tem necessidade alguma de complementar com outra atividade.

PRS – Quem nunca fez ballet na vida pode fazer sua aula? Precisa estar condicionada?

BD – Precisa, sim, estar condicionada. E é claro que pra quem já tem base de ballet e/ou fez algumas aulas, mesmo que há alguns anos, acompanha mais facilmente os exercícios e, assim, a aula realmente funciona. Quem vai e não sabe os nomes dos passos, fica muito perdida, acaba não tendo o aproveitamento que a aula deveria proporcionar e ainda corre o risco de se machucar. Postura errada, lesão na certa…

Quem pretende começar essas aulas, eu indico ter um conhecimento básico de ballet para acompanhar o ritmo e saber os nomes dos passos. Sugiro pelo menos um mês de ballet clássico antes de entrar na minha versão fitness

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci