x

Localizar no site




Fitness

A revolução dos coachs da saúde

Para mudar comportamentos que levam à doença crônica, os médicos não são mais suficientes.

 18 de maio de 2018
9 min de leitura

Como o coach de saúde pode nos ajudar?

Mês passado eu estive na Arnold, o maior evento fitness da América Latina e fiquei supercontente ao ver que mais e mais pessoas estão se interessando por uma vida mais saudável. Isto se reflete também nos números do mercado de nutrição saudável que a cada ano se tornam mais consistentes e robustos!

Por que isto vem acontecendo? Porque eu acredito que seja urgente uma verdadeira revolução no mundo: a revolução da saúde! E, nesta significativa mudança, um novo profissional será essencial para a quebra de paradigmas: o coach de saúde.

Esta teoria é abordada por Chris Kresser que é o autor best-seller do New York Times, The Paleo Cure, e que recentemente lançou o livro “Unconventional Medicine” no qual propõe uma solução ousada para a epidemia de doenças crônicas. Ele também é o fundador do Instituto Kresser, uma organização que treina profissionais de saúde na aplicação de Medicina Funcional e criador do ChrisKresser.com, um dos principais sites de saúde natural do mundo.

Neste artigo, eu vou abordar um pouco da teoria que ele defende e da qual sou superadepta! Confira:

Mudanças de comportamento

Coach da saúde

Uma coisa é certa: mudar nosso comportamento é difícil, e a maioria das pessoas não sabe como fazê-lo com sucesso. E, por mais que o mercado saudável mostre crescimento, ainda há muitas pessoas com hábitos de vida que são mais associados a doenças do que à saúde.

Está claro que a causa número um da epidemia de doenças crônicas que acompanhamos no mundo não é genética, mas sim, comportamental, ou seja, pessoas fazendo escolhas erradas sobre dieta, atividade física, sono e outros fatores de estilo de vida.

Para se ter uma ideia, um estudo recente descobriu que 85% do risco de doença crônica se dá por fatores ambientais e, mesmo assim, apenas 20% dos adultos estão melhorando seus hábitos.

Logo, se a doença crônica é a maior ameaça à nossa saúde, e a mudança do nosso comportamento é o passo mais importante que podemos dar para prevenir e reverter este quadro, é o momento de encararmos a nossa saúde  de uma forma diferente.

Mais informação e médicos resolveriam o problema?

Sendo assim, é tentador pensar que podemos resolver esse problema simplesmente instruindo melhor as pessoas sobre as mudanças que precisam fazer. Mas, segundo Kresser, o conhecimento não é suficiente para sustentar mudanças duradouras no comportamento. “Se fosse, não teríamos divorciados sendo conselheiros matrimoniais, psiquiatras loucos ou médicos que fumam”, ele compara.

A verdade é que a maioria das pessoas sabe que comer mal, não se exercitar, não dormir o suficiente e se envolver em outros hábitos de vida pouco saudáveis não é bom. No entanto, continuam com esses comportamentos ou simplesmente perseguem mudanças rápidas e “milagrosas” que não duram mais do que algumas semanas.

E quanto aos médicos? Não deveriam  liderar essa mudança? A questão, que o escritor defende, é que que nosso sistema de “doença” não está configurado para fornecer esse tipo de atendimento. “As consultas médicas são cada vez mais curtas e os médicos são treinados na abordagem de ‘especialistas’, ou seja, de simplesmente dizer às pessoas o que fazer e esperar que elas realmente façam o que eles dizem” analisa.

Segundo ele, essa abordagem pode funcionar bem quando alguém está enfrentando um problema agudo (como uma apendicite), mas não é assertiva quando se trata de mudanças comportamentais de longo prazo, como perder peso, controlar o estresse ou adotar uma rotina de exercícios.

Coachs de saúde são a solução

Bom, se mais informações e mais médicos não resolvem o problema, qual seria a solução? Aí é que entrariam os coachs de saúde.

As pessoas querem se sentir bem, evitar doenças crônicas e viver uma vida longa. Elas querem ver seus filhos e netos crescerem e terem energia para brincar com eles. Elas querem ter um desempenho melhor no trabalho, desfrutar de seus relacionamentos e estar bem o suficiente para aproveitar ao máximo a vida. Mas há uma diferença considerável entre querer os benefícios de ser saudável e se envolver de forma consistente nos comportamentos que levam à saúde.

Nesse cenário, os treinadores são capacitados em várias disciplinas que apoiam as pessoas na realização de mudanças duradouras.

Eles abordam disciplinas como a psicologia positiva ( e você pode ver este artigo que fiz sobre o tema aqui) que aproveita os pontos fortes das pessoas (em vez de enfocar suas fraquezas) para fazer mudanças e auxiliam os pacientes a descobrirem seus propósitos, o que será essencial para eles relacionarem as mudanças comportamentais às suas necessidades e objetivos mais profundos (por exemplo, “vou mudar minha dieta, porque quero viver para ver meus netos se formarem na faculdade”).

“Os treinadores também são exercitados para trabalharem com os pacientes de uma forma mais colaborativa, em vez de utilizarem a abordagem especializada que é comum na medicina. Na abordagem especializada, a “autoridade” avalia o problema, fornece conselhos, recomenda soluções e, em alguns casos, ensina novas habilidades. Na abordagem colaborativa, o coach atua como parceiro ou aliado, incentiva os clientes a descobrirem suas próprias soluções e a se tornarem seus próprios defensores e os apoia no desenvolvimento das habilidades necessárias para abraçar novos comportamentos. Essa abordagem colaborativa capacita o cliente a se tornar o principal motorista de mudança. Ele também cria confiança, autoconsciência e auto-atuação – todos os quais são cruciais para a mudança em longo prazo, uma vez que o cliente provavelmente não vai trabalhar com o coach durante toda a sua vida”, revela.

Para usar a velha analogia, o médico dá ao paciente um peixe para que ele possa comer por um dia, enquanto o treinador ensina o cliente a pescar para que ele possa comer por toda a vida.

Não surpreendentemente, estudos revelaram  que intervenções de coaching melhoram os resultados de saúde para várias doenças crônicas, incluindo diabetes, doenças cardíacas, obesidade e câncer.

Na verdade, segundo as pesquisas do autor, alguns estudos mostraram que a aplicação de princípios baseados em evidências de mudança de comportamento pode aumentar as chances de sucesso em mais de 1.000%!

Coachs e médicos trabalhando juntos!

A teoria de Kresser e muito menos eu estamos sugerindo que os treinadores de saúde tendem a substituir os médicos. Médicos sempre serão essenciais para pedir exames laboratoriais, analisar esses resultados, diagnosticar doenças, prescrever tratamentos e coordenar os cuidados. Treinadores de saúde não são treinados para tais procedimentos,  assim como os médicos não são treinados para apoiar a mudança de comportamento.

A defesa da abordagem é que se utilize o profissional que é mais bem treinado e adequado para cada necessidade em particular: treinadores de saúde para apoiar a dieta, estilo de vida e mudança de comportamento, e médicos para praticarem  medicina.

O pesquisador até no mostra um cenário de como isso seria na prática.

“Imagine a população de saúde como uma pirâmide: os 5% da pirâmide – aqueles que apresentam problemas agudos ou de emergência que exigem cuidados intensivos, muitas vezes em um ambiente hospitalar ou especializado – são mais bem atendidos pela intervenção médica convencional. Os 25% dos pacientes O (?)=no  meio da pirâmide – aqueles que lidam com desafios crônicos de saúde bastante significativos – provavelmente exigirão o apoio contínuo de um médico licenciado (idealmente praticando Medicina Funcional), mas também se beneficiariam de trabalhar com um técnico de saúde para implementar as recomendações do provedor licenciado. 70% dos pacientes na parte inferior da pirâmide – aqueles com problemas crônicos de saúde menos graves, ou aqueles que são geralmente saudáveis – podem ser mais bem  atendidos trabalhando principalmente com um técnico de saúde, com visitas ocasionais a um médico para laboratórios, check-ups.

A verdade é que as doenças crônicas estão destruindo a qualidade de vida de boa parte da população, diminuindo a expectativa de vida e ameaçando a saúde das futuras gerações.Cuidados médicos - Coach de saúde

“Está mais claro do que nunca que nosso sistema de ‘gerenciamento de doenças’, que foi projetado para lidar com emergências médicas e outras condições agudas, não está preparado para o desafio das doenças crônicas. Precisamos desesperadamente de uma nova solução – acessível, oportuna e adequada para a tarefa em mãos. Em suma, precisamos de uma revolução do coach de saúde.”

Leia também:

Psicologia positiva – saiba como transformar sua vida

Como eu me transformei e como vou transformar você

Autocoaching: prepare-se para se tornar a melhor versão de você mesmo!

Busque seu propósito. Deixe seu legado.

Rê Spallicci