Em 2022, as 500 maiores empresas familiares geram receita de US$ 8,02 trilhões – um aumento de 10% em relação a 2021
Sou terceira geração em uma empresa familiar que, nos últimos cinco anos, duplicou a receita e atingiu a marca de R$ 1 bilhão de faturamento! E é desse lugar de fala que sempre me incomodei profundamente, quando lia ou ouvia pessoas falando da necessidade de “profissionalizar” empresas familiares. Mas, gente, por quê? Empresas familiares não são antônimos de empresas profissionais! Claro que trazer profissionais competentes do mercado para compor o quadro de qualquer empresa é sempre bem-vindo, mas isso não significa que uma empresa gerida pela família fundadora não seja uma empresa “profissionalizada”.
E, se pensei sempre assim, agora posso bater no peito e dizer que, mais do que uma crença o que eu acredito encontra total respaldo nos fatos e nos números; afinal, não é isso que os “profissionais” querem?
Então, vamos a um recente estudo da Ernest Young.
Em 2022, as 500 maiores empresas familiares geram receita de US$ 8,02 trilhões – um aumento de 10% em relação a 2021. E, de acordo com o Fundo Monetário Internacional, a economia global cresceu 6% em 2021, e a previsão é crescer 3,2% em 2022, e 2,7% em 2023. Isso significa que as empresas familiares têm crescido quase o dobro das economias avançadas e cerca de uma vez e meia a taxa de mercados emergentes e economias em desenvolvimento.
Entre elas, as 500 empresas do Índice empregam 24,52 milhões de pessoas, alta de 1,4% em relação a 2021, e estão distribuídas em 47 jurisdições diferentes.
O Índice destaca, mais uma vez, a enorme contribuição das 500 maiores empresas familiares do mundo para a economia global. De fato, sua contribuição é tão significativa que, se fossem uma economia nacional, seriam a terceira maior entre o clube das 19 “economias de trilhões de dólares” que existem no mundo, depois dos Estados Unidos e da China.
Será que essas empresas supracitadas precisam ser “profissionalizadas”? (contém ironia).
Segundo o estudo, as empresas familiares bem-sucedidas são reconhecidas por serem ágeis, inovadoras e objetivas. Elas também estão prontas para se adaptarem às mudanças sociais e econômicas. No entanto, como outros tipos de negócios, eles estão fazendo apenas um progresso limitado com diversidade e inclusão, mas isso, infelizmente, não é um privilégio das empresas familiares.
No Índice de 2023, apenas 29 empresas (5,8% do total) têm uma CEO mulher, um pequeno aumento em relação a 2021, quando 27 empresas eram lideradas por uma mulher. Ainda assim, quando se trata de executivas, elas estão se saindo marginalmente melhor do que as empresas da Fortune Global 5005 – das quais 4,8% eram lideradas por mulheres em agosto de 2022. Como mulher, líder de uma empresa familiar, eu aprovo e muito esse dado, hein? rs
Por outro lado, as mulheres ocupam 23% dos assentos nos conselhos das 500 maiores empresas familiares em todo o mundo (25% na Europa e na América do Norte) – um número baixo, considerando que a pesquisa da Moody’s Investors Service descobriu que 29% dos assentos nos conselhos corporativos das empresas norte-americanas e europeias eram realizados por mulheres, em 2022.
Como mostra o Índice, os membros da família continuam a desempenhar um papel ativo na liderança e gestão das empresas familiares. Para quase metade (45%) das empresas do Índice, um membro da família atua como CEO. Quase um quarto de todos os assentos no conselho (23%) é ocupado por membros da família.
Além disso, 19% das empresas têm um membro da geração futura da família (alguém com 40 anos ou menos) em seu conselho. Os membros mais jovens do conselho provavelmente trarão experiência e conhecimento em tecnologia e tendências emergentes de consumo. A idade média de um membro do conselho familiar no Índice de 2023 é de 62 anos, ante 60 em 2021.
Mais de três quartos (76%) das empresas familiares no Índice de 2023 têm mais de 50 anos. Muitas dessas empresas resistiram à volatilidade do mercado, ao longo de várias gerações, destacando até que ponto as empresas familiares são capazes de manter seu sucesso – e sua sucessão – ao longo do tempo.
Nós, na Apsen, valorizamos muito a história de nossa empresa, e tenho a certeza de que muito do nosso sucesso é conseguir manter o DNA criado pelos meus avós, Irene e Mário, e aperfeiçoado pelo meu pai Renato. E eu realmente acredito que ninguém melhor do que nós, da família, para manter esse legado.
A profissionalização é mais do que necessária, por isso temos sempre os melhores talentos do mercado, e eu, como membra da família, estou sempre atuando para me atualizar, aprimorar e me manter nos níveis dos melhores profissionais do segmento.
Talvez esse seja o segredo que justifique esses números alcançados pelas empresas familiares: o profissionalismo associado a uma forte e robusta cultura organizacional!
Busque seu propósito. Deixe o seu legado.
Rê Spallicci