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Surf: muito mais que um esporte. Um estilo de vida

Conheça a origem do surf no mundo e no Brasil e um pouco mais sobre como surgiram as competições do esporte.

 21 de junho de 2019
7 min de leitura



Em 20 de junho, é celebrado o Dia Internacional do Surf. A comemoração foi criada em 2004 pela Surf Rider Foundation e pela Surfing Magazine, em alusão ao solstício de verão do hemisfério norte, para homenagear o esporte e o estilo de vida dos surfistas.

Mas, apesar de a data aparecer nos calendários comemorativos de todo o mundo, em 2018, em uma convenção entre a WSL e a própria Surf Rider Foundation, houve a ideia de celebrar a data no terceiro sábado do mês de junho, para que, assim, mais pessoas pudessem curtir a comemoração onde o surf faz sentido, ou seja, dentro d’água!

No entanto,  como aqui o assunto é em terra firme, vou aproveitar, hoje, dia 20 de junho, para falar um pouco mais sobre este esporte que fascina tanta gente, e que é quase uma religião para seus praticantes mais aficionados. Vamos lá?

A origem do surf

Acredita-se que o surf tenha nascido em algumas ilhas do Pacífico, especificamente nas da Polinésia central. Como os nativos tinham a pesca como principal meio de subsistência,  se utilizavam de um barco bastante tradicional que lhes possibilitava deslizar sobre as ondas para voltarem mais rápido à terra firme.

Esta pratica passou de gerações para gerações e se perpetuou no Havaí, onde ganhou novos contornos. No contexto havaiano, o surf era praticado como um ritual de oferenda, somente pela realeza local.

O curioso é que o modo pelo qual a pessoa praticava o surf representava sua estrutura hierárquica da sociedade. Para os reis e seus filhos, era permitida a posição em pé, e eles surfavam em pranchas de, aproximadamente, dois metros de comprimento. Os demais nobres podiam praticar o surf, mas nunca em pé, e utilizando pranchas menores. Ao restante dos nativos era proibida a prática.

O surf havaiano tem uma rica tradição. Os antigos habitantes havaianos pareciam surfar como parte integrante da vida. Não era apenas um hobby ou um trabalho. Era um modo de vida e uma forma de arte para aqueles povos.

Construir uma prancha de surf era um processo espiritual, pois as pessoas ficavam fascinadas com o conceito de domar o oceano e descobrir os mistérios das poderosas ondas.

Muitos anos depois, o surf se propagou pelos  Estados Unidos. Aprendendo com os antigos costumes dos polinésios, James Matthias Jordan Jr. levou o surf para a costa leste americana.

Em Virginia Beach, ele montou uma prancha de sequoia havaiana, em 1912, e desde então, este local tem sido um dos principais centros de surf dos Estados Unidos e do mundo.

Mas foi nos anos de 1960 que a cultura do surf realmente decolou, quando filmes e músicas relativas ao esporte, como as compostas pelos lendários Beach Boys, atraíram a atenção internacional.

O surf no Brasil

O ingresso do surf no Brasil se deu por meio dos trabalhadores de companhias aéreas que, ao entrar em contato com o surf na gringa(?), trouxeram o esporte para nosso País. Em 1938, em Santos, litoral paulista, provavelmente, a primeira prancha brasileira foi feita  por João Roberto, Júlio Putz e Osmar Gonçalves –este último considerado por muitos o pai do surf brasileiro. 

Em meados dos anos de 1940, a prática passou a ser conhecida também no Rio de Janeiro, por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Como a cidade serviu de base naval aos aliados, muitos americanos trouxeram as suas pranchas de surf, máscaras de mergulho e pés de pato, dando início ao esporte na praia. Nos anos 50, as praias cariocas ficavam lotadas  nos finais de semana, a fim de praticá-lo.

O surf como esporte

De meados da década de 1970 até início de 1980, os surfistas havaianos Randy Rarick e Fred Hemmings passaram a realizar diferentes eventos de surf em todo o mundo, constituindo os primeiros campeonatos mundiais da categoria e desenvolvendo um sistema de ranking internacional. Sua organização, International Professional Surfrs (IPS), tornou-se nesse período a principal associação mundial do surf profissional.

De 1983 a 2014, o ex-surfista número 2 do mundo, Ian “Kanga” Cairns, evolui o conceito original do IPS para a Associação de Profissionais de Surf (ASP), proporcionando um controle do esporte, tanto para os organizadores do evento quanto para os surfistas.

Em 2015, entra em cena a World Surf League (WSL) para ajudar a transformar o ASP em um órgão centralizado ainda mais potente, supervisionando as principais áreas e  campeonatos mundiais masculinos e femininos de elite, da Série de Qualificação (QS), do Big Wave Tour, do Big Wave Awards, o World Longboard Champion ships e o World Junior Champion ships.

A WSL tem sua sede na Califórnia, um escritório comercial na cidade de Nova York e escritórios regionais no Japão, Austrália, França, África do Sul, Brasil, Havaí e sul da Califórnia.

Já no Brasil, a primeira organização voltada ao esporte foi a Associação de Surf do Rio de Janeiro, fundada em 1965. No entanto, o órgão máximo dos esportes, a Confederação Brasileira de Desportos, só reconheceu o surf como esporte no ano de 1988, após a realização do primeiro campeonato brasileiro.

Como a  maioria dos esportes, o surf também demorou para incorporar as mulheres na disputa. Enquanto o primeiro campeonato brasileiro masculino aconteceu em 1987, o primeiro campeonato brasileiro feminino de surf só ocorreu dez anos mais tarde.

Hoje, o esporte é altamente profissionalizado, e o Brasil tem alguns dos melhores surfistas mundiais. Gabriel Medina, bicampeão mundial (2014 e 2018), e Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão em 2015, são os nomes de maior projeção no Brasil e no mundo.

No feminino, Maya Gabeira é uma das mais renomadas Big Riders (Surfista de Ondas Gigantes) do mundo. Ela é pentacampeã do Billagon XXL Global Big Waves Awards e sua história de superação, por quase perder a vida em uma onda gigante em Nazaré até a volta ao esporte, ganhou o mundo… E  é tão legal que merece até um artigo exclusivo aqui no blog!

Estilo de vida e benefícios para o corpo

Confesso para vocês que, como boa paulistana-urbana, nunca pratiquei o surf. Mas sabia que toda essa bela história da origem da prática e os benefícios do esporte até me animaram? E você, qual sua relação com o surf? Pratica, acompanha os campeonatos? Conte para mim aqui nos comentários!

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Rê Spallicci