x

Localizar no site




Gestão e Liderança

A importância da liderança no novo normal

Mais do que nunca, os líderes serão fundamentais na construção de uma nova realidade pós-pandemia

 27 de maio de 2020
6 min de leitura

A importância da liderança no novo normal

Não adianta a gente se enganar! O mundo não será mais o mesmo após a pandemia do COVID-19. E isso pode não ser necessariamente ruim, muito pelo contrário. Claro que os reflexos imediatos, como crise econômica e todos os aspectos de distanciamento social que permanecerão ainda por um bom período, não são os bons exemplos das mudanças aos quais me refiro.

Falo de mudanças positivas, como um mundo mais atento às questões de saúde, um mundo que vai repensar aspectos de mobilidade urbana e de maior respeito às questões ambientais e climáticas.

Este novo mundo precisará de novas empresas e, para termos novas empresas, precisamos, acima de tudo, de líderes! Afinal, são as pessoas que fazem as companhias… E  só alcançaremos mudanças profundas e consistentes que nos levarão a sair da crise, com líderes que comprometam e inspirem suas equipes.  

Um olhar de dentro para fora

Um olhar de dentro para fora

Nunca passamos por tantas mudanças em uma escala tão curta de tempo. E é complicado ter que navegar em um ambiente desconhecido, simultaneamente a uma rápida mudança de atitudes governamentais, redes de suprimentos frágeis, equipes ansiosas e clientes preocupados com a segurança da saúde.

Dadas as incertezas do mercado, as empresas que confiam na sabedoria convencional podem descobrir que o mundo que eles conheciam e desejam recriar não está mais lá. E a maneira pela qual os líderes criaram planos no passado pode não ser mais relevante, principalmente se forem focados apenas internamente.

A nova liderança precisa estar alinhada à nova realidade de mercado e do mundo e saber lidar com as incertezas da mudança, buscando sempre uma orientação baseada em resultados e focada nas partes interessadas.

Ao fim desta pior fase da pandemia, entraremos em uma fase de recuperação, e líderes resilientes e inspiradores aproveitarão a oportunidade para crescer e mudar, levando sua equipe a também fazer esta jornada. Para isso, será necessário integrar novas atitudes e crenças, tendo agilidade para adaptá-las ao DNA de suas organizações. Líderes e empresas que agirem assim, não só recuperarão o espaço perdido como vão avançar mais rapidamente que as demais.

Definição de um destino

Por mais que este momento de reconstrução seja difícil, é fundamental dar a todos os membros do time uma clara visão dos objetivos finais  que se quer alcançar. Antecipar como será o sucesso no final da fase de recuperação – como seus negócios prosperarão em longo prazo – e depois orientar suas equipes a executarem um conjunto de sprints baseados em resultados para chegar lá com agilidade. Definir o destino primeiro e trabalhar de trás pra frente ajuda líderes e liderados a criarem planos mais agressivos e criativos. Ter a equipe de liderança visualizando um estado final de sucesso é emocionalmente favorável, liberando-a das restrições do presente. Também desencoraja o pensamento imediatista, que dificulta a criatividade.

Os princípios de entrega ágil são essenciais na jornada de recuperação. Não apenas o destino pode mudar à medida que surgem novos problemas, mas as “incógnitas desconhecidas” podem causar desvios inesperados na jornada. A execução do programa de recuperação em sprints curtos (por exemplo, seis semanas) permite que a liderança e outras pessoas que gerenciam a recuperação monitorem programaticamente e façam correções no meio do curso.

Confiança como catalisador

Durante a fase de recuperação, os líderes precisam inspirar suas equipes a navegarem pela incerteza. E para isso é necessária uma expressiva liderança,  nutrida pela confiança.

Embora alguns possam pensar na confiança como um conceito abstrato e etéreo, é de fato bastante tangível e essencial reafirmar as relações com as partes interessadas durante toda a recuperação. Pesquisas demonstram que a confiança produz resultados reais em termos de crescimento econômico e valor para os acionistas, maior inovação, maior estabilidade da comunidade e melhores resultados para a saúde. A confiança é nutrida e construída entre as partes interessadas em quatro dimensões diferentes: física, emocional, financeira e digital. A pandemia aumentou a sensibilidade das partes interessadas nessas quatro dimensões, o que oferece maiores oportunidades de agir para criar confiança ou perdê-la.

Muitos líderes criaram uma reserva significativa de confiança, navegando habilmente pelos estágios imprevisíveis e frenéticos da crise. No futuro, maiores níveis de confiança poderão ser conquistados pelos funcionários, quando a liderança considerar cuidadosamente como envolver novamente a força de trabalho no escritório (como reconfigurar o espaço para honrar o distanciamento social) ou quando os líderes se esforçarem para preservar tantos empregos quanto possível, em vez de apenas preservar os lucros.

Preocupação com o todo

Os sociólogos observaram muitas crises ao longo da história,  que exigiram sacrifícios massivos de cidadãos para colocar a comunidade à frente do indivíduo.

Nesse sentido, retornar a um mundo que existia antes do COVID-19 marcaria o fracasso. Devemos e podemos esperar mais. Temos a chance de usar o que aprendemos nos últimos meses para introduzir um novo e melhor normal.

A chave para fazer isso?Líderes capazes de energizar nossas equipes, olhando para fora, imaginando um futuro de sucesso e abraçando a confiança para nos levar até lá.

Leia também:

Covid-19: a forma como trabalhamos nunca mais será a mesma

Por que a liderança feminina se destaca no combate ao coronavirus

Como será o consumidor no mundo pós-covid

Busque seu propósito. Deixe o seu legado.

Rê Spallicci