Como lidar com os relacionamentos em tempos de quarentena
O título desta matéria daria até romance, não é mesmo? Rs… Mas, brincadeira com a obra do escritor colombiano Gabriel García Márquez à parte, a realidade é que muitos relacionamentos estão passando por uma dura prova com esta quarentena. Afinal, em um mundo onde cada vez mais os membros de um casal têm uma vida bastante independente, ter que compartilhar do mesmo espaço sete dias por semana, 24 horas por dia, pode ser um verdadeiro teste de amor e tolerância.
E, para ajudar nesta nova rotina, compilei informações para dividir aqui com vocês da coach inglesa de relacionamentos Susan Quilliam, autora dos Best sellers Para de Discutir, Comece a Falar, Como escolher um parceiro!
Vamos lá?
Você em primeiro lugar
Não, este não é um incentivo ao egoísmo. Mas de nada adianta tentar melhorar e organizar o relacionamento, se você não está bem consigo! Por isso, cuide primeiramente de sua saúde mental.
Não há mal nenhum em nos sentirmos abalados emocionalmente em um momento como o que estamos vivendo, por causa da pandemia do COVID-19. Lembre-se de que a maioria de nós nunca passou por situação semelhante e que provoque tanto estresse por um período tão longo de tempo; portanto, se você se sentir abalado, é totalmente normal.
E, para fugir do esgotamento mental, é importante que tenha suas válvulas de escape.
“É importante cuidar de sua saúde mental e manter-se calmo. Escreva uma lista das coisas que funcionam para você – seja verificando as notícias apenas uma ou duas vezes por dia, fazer meditação, trabalhar no jardim ou colocando tarefas atrasadas em dia.”
Aja com amorosidade
Saiba que, assim como você, seu par também enfrenta um momento único de estresse e dúvidas, e que cada pessoa reage de forma diferente a essas pressões. Por isso, tenha amorosidade e redobre a bondade.
“Fazer pequenas coisas um pelo outro em casa e pelos outros em sua vida, sempre que possível (como telefonar para um amigo que mora sozinho, doar para uma instituição de caridade ou fazer compras para um vizinho idoso) ajudará a contrabalançar nossa tendência muito natural de nos retirarmos em tempos de angústia e nos ajudará a nos sentirmos conectados.”
Comuniquem-se
Todos reagimos a tempos de crise de maneira individual. Portanto, se seu par parecer mais ansioso, calado, nervoso do que o normal, seja paciente.
“Abra a comunicação e esteja ciente de que o que seu ente querido precisa agora não é necessariamente o mesmo que você precisa e vice-versa. Tente entender quem você ama ouvindo os sentimentos dele e reconhecendo-os: não basta dizer para ‘se animar’, pois é menos provável que confie em você novamente quando se sentir vulnerável.”
Invista em momentos de lazer
Pode parecer estranho falar em lazer sem poder sair de casa e com um caos instalado. Mas nós precisamos, sim, de um tempo para nos distrair e não fazer nada. E fazer isso com o seu par certamente vai ajudá-lo a se conectar ainda mais neste período. Para que a rotina da maluquice destes novos tempos não atrapalhe, marque na agenda as horas de lazer e seja rigoroso em obedecer aos horários acordados.
Em momentos assim, corremos o risco de cada um se fechar em seu próprio mundo, e isso pode ser terrível para o isolamento e para o relacionamento em curto e médio prazos.
Tenha um tempo para você
“A forma como a vida está estruturada agora nos deixa fisicamente mais disponíveis para nossos parceiros ou para aqueles com quem estamos convivendo; por isso, é fácil sentir que precisamos estar juntos o tempo todo”, analisa Quilliam.
Isso pode criar muita pressão; portanto, tente abrir espaço, mesmo que seja apenas por uma hora, para fazer coisas como ler um livro, ouvir música ou passear com o cachorro. Lembre a si e ao seu ente querido que precisam de um intervalo, o que não significa que vocês não se apreciam.
“No que diz respeito ao seu parceiro romântico em particular, compartilhar todos os momentos do dia um com o outro pode ser realmente difícil. Então, algum tempo sozinho pode realmente ajudar a manter a centelha viva.”
Acertem os ponteiros no sexo
“O sexo pode ser extremamente reconfortante em uma crise. Veja o boom de bebês que ocorreu após o blecaute de Nova York, em 1977, ou após a Segunda Guerra Mundial. Para alguns, o sexo é um vínculo e é tranquilizador, enquanto para outros, ansiedade e estresse significam que o sexo é a última coisa em que pensam”, destaca a autora.
Esteja ciente de quaisquer diferenças entre você e seu parceiro romântico a esse respeito e não tenha medo de conversar sobre isso sem julgamento ou culpa.
Olhe para o futuro
Calma! Isso tudo passará, e a vida continuará. Não igual, não melhor, não pior, apenas diferente, e muito de como será o seu futuro e o do seu relacionamento estará sendo moldado agora.
Por isso, não tome atitudes intempestivas em meio ao caos. Tenha prudência em qualquer discussão mais ríspida e zele pelo bom clima em sua casa! Afinal, mais do que nunca este é o nosso último e único refúgio!
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Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci